segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Tempos difíceis mas que deixarão saudades!

Foi assim que a antiga moradora do Bairro Fátima Baixa, Joceli Santos de Oliveira, descreveu a imagem do lugar onde viveu durante 14 anos totalmente destruída para dar lugar a duplicação da RS 122.
Hoje, ali, só existe uma montanha de entulho. "Essas pedras enterram muitas tristezas que passamos, dificuldades e dor. Mas também as alegrias que vivi aqui!", relata Joceli, com uma lágrima nos olhos. Ela lembra que seu filho, Dataniel Henrique de Oliveira, falecido em fevereiro desse ano, aos 20 anos de idade, por problemas de saúde, sonhava em um lugar melhor pra se viver.


"Ele ia em todas as reuniões e participava das decisões importantes do novo loteamento e quando tudo está pronto e podemos desfrutar, ele morre!", desabafa Joceli com a voz engasgada.


Ela explica que sabe bem dos benefícios que tiveram com o novo loteamento e que não se arrepende de ter ido morar lá porém lembra que as lembranças de uma vida que passou ali jamais serão esquecidas. "...criei meus filhos e minhas netas nasceram aqui!", complementa Joceli, após alguns minutos em silêncio.
Joceli está morando atualmente no Loteamento Victório Trez, em um apartamento de 3 dormitórios, com seus filhos João Paulo e Janaina e com seu esposo João Henrique de Oliveira. Sua outra filha, Cristiane Santos de Oliveira, vive em outro apartamento de 2 dormitórios com suas filhas Agatha e Stefani.




Dataniel Henrique de Oliveira, filho de Joceli, foi um lutador. Esteve presente na busca de melhorias para o bairro Fátima Baixa e na realização de um sonho chamado loteamento Victório Trez.
Aqui mesmo neste blog, Dataniel teve uma participação importante pois várias fotos encontradas aqui foram tiradas por ele. Fui amigo deste fantástico ser humano e nada mais justo que aproveitar esta postagem para homenageá-lo.

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domingo, 25 de setembro de 2011

Obras do novo acesso viário entre Caxias do Sul e Flores da Cunha.

Percorrendo hoje a RS 122 que liga Caxias a Flores, percebi que as obras do novo acesso e duplicação estão atrasadas.
Na imagem ao lado vemos que o viaduto que está sendo construído ainda está longe de ficar pronto. Os atrasos se devem as chuvas constantes e ao atraso das obras de reassentamento onde está sendo construído, no Loteamento Victório Trez, os sobrados que em breve serão habitados pelos moradores que vivem as margens da RS 122. Lá, no Lot. Victório Trez, já estão morando mais de 290 famílias retiradas dessa área.
Por baixo desse viaduto será construído o novo acesso entre os bairros da zona norte da cidade e o centro, sendo somente no sentido bairro - centro. Por cima passará a RS 122.


Na imagem ao lado vemos que também está sendo construída uma rua paralela a RS 122, que ligará a Moreira César aos bairros da zona norte no sentido centro - bairros. Essa rua será de mão única e se encontrará com a Av. Dr. Mário Lopes logo após a Escola João de Zórzi. A Av. Dr. Mário Lopes passará a ser mão única no sentido bairro - centro desde a escola até ao viaduto. A partir da escola, seguindo em sentido aos bairros, continuará mão dupla porém será alargada e revitalizada.

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Veja também: Câmara municipal de Caxias do Sul

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Miséria e pobreza são uma realidade cruel

Imagem do Complexo do Alemão - Rio de Janeiro - RJ

Misérias e desigualdades marcam a história de muitos países e de milhões de pessoas há séculos. Resolver o problema é o desafio dos governos desses lugares. No entanto, não é tão simples quanto parece. São diversos fatores que determinam a condição social da maioria da população que não tem condições de sobrevivência.



Muitos estudiosos acreditam que a partir do capitalismo, a desigualdade tornou-se mais evidente. “A pobreza acentuou-se no século XVI com a dissolução do mundo feudal e o surgimento do capitalismo. Houve uma expulsão dos camponeses das terras que lhes forneciam meios para subsistência e essas pessoas não tiveram como reproduzir sua vida e começaram a viver de ajuda e caridade alheia”, afirma o professor Ricardo Musse, doutor em Filosofia da Universidade de São Paulo.

Nesse sentido, um dos importantes nomes da história na discussão do problema é o filósofo Karl Marx (1818-1883), que interpreta a miséria como um instrumento utilizado pelas classes dominantes. Para ele, a desigualdade é resultado da divisão de classes – entre aqueles que detêm os meios de produção e os trabalhadores, que só têm a força de trabalho para garantir a sobrevivência. “Como Marx mostrou, para que esse sistema funcione é necessária a existência de trabalhadores desprovidos dos meios de produção. A desigualdade, portanto, depende do modo como a sociedade organiza a produção e a distribuição dos bens que consome”, declara Musse.

Nesta imagem vemos a grande desigualdade social em nosso país.
A má distribuição da renda é uma das principais causas da pobreza em muitos lugares do mundo. A doutora em Antropologia, Márcia Anita Sprandel, autora do livro “A Pobreza no Paraíso Tropical”, avalia que não basta o País ter um alto crescimento econômico se não houver repartição das riquezas de forma justa. “Um modelo concentrador de rendas, terras e dilapidador dos recursos naturais, provavelmente, aumentará o abismo entre ricos e pobres.”

A economista da Unicamp Wilnês Henrique concorda que é preciso aliar crescimento econômico com outras políticas. “É fundamental um crescimento que gere empregos e que propicie aumento de salários e renda. Precisamos de justiça social e de um crescimento qualitativo. Não adianta, por exemplo, gerar muitos empregos com péssimos salários. Assim, a população não pode ter acesso à moradia adequada, a um transporte de qualidade, a saneamento básico e a uma escola de qualidade.”

Brasil - O que o País poderia ter feito para reverter esse quadro de pobreza? Ao fazer uma análise histórica, muitos especialistas afirmam que seria possível o Brasil não carregar essa herança de desigualdades. Segundo o doutor em Sociologia da Universidade de São Paulo, Leonardo Mello, um dos principais fatores determinantes nesse cenário da sociedade brasileira foi a situação secular de dependência. “Primeiro, fomos colônia, depois, satélite do capitalismo comercial, sobretudo inglês. Em seguida, o Brasil foi mercado para os produtos industrializados dos países ricos. E hoje, somos abrigo rentável para o capital especulativo da finança global.” E completa: “Nada precisava ter sido assim. Foi uma escolha das classes dominantes e que os dominados não tiveram força para reverter.”

Já Wilnês Henrique considera que o perfil do Brasil mudou muito nas últimas décadas. Isso levou o País a reproduzir uma enorme mas-sa de pobreza. “O Brasil se transformou em outro, principalmente dos anos 50 aos 70. De uma economia agrícola voltada para exportação, nos tornamos uma economia industrializada. Nesse período, houve um movimento brutal de expulsão das pessoas do campo e atração para as cidades. Com a indústria, surge uma pobreza nova nas periferias urbanas”, analisa a economista.

Entretanto, Márcia Sprandel explica que as políticas adotadas pelo governo brasileiro têm ajudado o País a reduzir as desigualdades. “Com os programas de transferência de renda do governo e outros programas sociais, como o ‘microcrédito’ e o ‘Luz para Todos’, tem ocorrido uma mudança importante na conjuntura nacional.”

Mas, há opiniões divergentes no que se refere a esse assunto. Ricardo Musse, por exemplo, lembra que houve avanços, “mas não com a rapidez e na dimensão que seria necessário para um País mais justo”. Já Leonardo Mello destaca que a renda ainda está concentrada nas mãos de poucos. “Falta aos responsáveis políticos colocar o público acima do privado.”

A solução para tal problema é impossível de se prever. Porém, pesquisadores afirmam que para combater a pobreza é necessário unir políticas de estímulo ao crescimento econômico e uma melhor distribuição da renda. “Não se reverte um quadro de pobreza de um País de uma hora para outra. Mas precisamos de um crescimento maior, porque temos que solucionar, pelo menos, a questão do emprego. E, além disso, investir em um conjunto de políticas que permitam melhorar as condições de vida da população mais pobre”, conclui Wilnês Henrique.

E no Brasil, como está a situação?

Diariamente todos os brasileiros convivem e visualizam os resultados decorrentes da pobreza, na qual a maioria da população nacional se encontra, os meios de comunicação (revistas, jornais e rádio) divulgam os imensos problemas provenientes de uma sociedade capitalista dividida em classes sociais.

Uma parcela da população acredita que a condição de miséria de milhares de pessoas espalhadas pelo território brasileiro é causada pela preguiça, falta de interesse pelo trabalho, acomodados à espera de programa sociais oferecidos pelo governo, em suma, acham que só não trabalha quem não quer, no entanto, isso não é verdade.

Nas últimas décadas, o desemprego cresceu em nível mundial paralelamente à redução de postos de trabalho, que diminuiu por causa das novas tecnologias disponíveis que desempenham o trabalho anteriormente realizado por uma pessoa, a prova disso são os bancos que instalaram caixas de auto-atendimento, cada um desses corresponde a um posto de trabalho extinto, ou seja, milhares de desempregados, isso tem promovido a precarização dos vínculos de trabalho, isso quer dizer que as pessoas não estão garantidas em seu emprego e todos buscam uma permanência no mesmo, antes a luta principal era basicamente por melhorias salariais, atualmente esse contexto mudou.

Quando um trabalhador é demitido e não encontra um novo emprego em sua área de atuação, ou em outras, fica impedido de gerar renda, sem condições de arrecadar dinheiro através de sua força de trabalho as pessoas enfrentam dificuldades profundas e às vezes convivem até mesmo com a fome.

É comum relatos de professores de escolas de bairros periféricos onde há altos níveis de desemprego a ocorrência de desmaios de alunos por falta de alimentação, muitos estudantes freqüentam a escola por causa da merenda escolar que, pra muitos, é a única refeição do dia.

Esse processo de distribuição de renda e desemprego obriga as pessoas a procurar lugares impróprios à ocupação urbana, como não tem condições financeiras para custear moradias dignas, habitam favelas e áreas de risco desprovidas dos serviços públicos (esgoto, água tratada, saúde, educação, entre outros) que garantem uma melhor qualidade de vida.

Nesse sentido, há uma camada da população que nem sequer tem um “barraco” em uma favela, vivem embaixo de fachadas de lojas, instituições, praças e pontes. A pobreza é decorrente de vários fatores, os principais são os processos de globalização, a modernização dos meios de produção e a desigual distribuição da renda.

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